segunda-feira, 9 de agosto de 2021

O Brasil de Janaína e o Brasil de Júlio

 




Não é nada inesperada a cruzada de Janaína Paschoal contra o Padre Júlio Lancellotti. Também não é inédita esta nova frente que os combatentes do impeachment estão montando contra o padre que ousa dar comida para moradores de rua. Arthur Mamãe Falei, candidato do MBL à prefeitura de SP, iniciou campanhas contra o padre e suas doações em tentativa de alavancar sua candidatura em 2020. Deu até que certo, uma vez que sua campanha debiloide alcançou o surpreendente valor de 10% do votos na maior cidade do país.

Não é de agora que o Brasil de Janaina se incomoda com o país de padre Júlio. Não é à toa que o Brasil de Janaína acha que o pior momento da história do país foram os anos 2000, momento em que o Brasil conseguiu sair do mapa da fome. Não é à toa que o grupo político que liderou este processo é odiado pelo Brasil de Janaína. Eles até podem fingir que se incomodavam por causa da corrupção, mas é balela. O incômodo sempre foi outro.

O Brasil de Janaína não se preocupa com pessoas, mas sim com lugares. Está preocupado com a “valorização” dos imóveis e a existência daquelas pessoas atrapalha. Todo o argumento do Brasil de Janaína é que é necessário tirar aquelas pessoas da Cracolândia. Para ela, é assim que o problema será resolvido. O sumiço das pessoas. Em 2017, o então prefeito recém-empossado de SP, João Doria Jr., aliado de Janaína, liderou uma ação que tocou o terror na Cracolândia. Bomba e tiro para todo lado. Doria anunciou no mesmo dia que a “Cracolândia havia acabado”. Não acabou. Aumentou. Se espalhou. E aumentou porque a vida é uma merda. O país está uma merda. O crack é um sintoma. Assim como o álcool, os antidepressivos e todo tipo de droga lícita ou ilícita. É necessário ter alguma sensibilidade para notar isto. É necessário saber que o problema a ser solucionado na Cracolândia é o das pessoas e não o do lugar. É preciso ainda mais sensibilidade para saber que a solução para estas pessoas requer paciência, tempo e entendimento. Que a solução é coletiva. Esta sensibilidade não existe no Brasil de Janaína.

O Brasil de Janaína usa todo tipo de argumento fajuto para atacar o Brasil de Júlio. Algumas vezes o acusam de populismo, palavra que eles usam para reclamar quando alguém é humano demais. Se dar comida para miserável é populismo, viva o populismo. O Bolsa-Família era populista. O auxilio emergencial era populista. Defender direito trabalhista é populismo. Aparentemente o que não é populista é morrer de fome. Sejamos populistas, ora! Outras vezes o acusam de explorador. Explorador da miséria. Janaína, a advogada medíocre que se tornou a deputada estadual mais votada da história. Mamãe Falei, o youtuber fomentador do ódio que se tornou colega de Janaína na Assembleia Paulista. João Doria Jr., o apresentador fracassado que se tornou prefeito e governador prometendo pagar advogado para policial que matasse em serviço. Todos eles acusam ou acusaram Padre Júlio em algum momento de explorar a miséria ao distribuir comida para famintos. Janaína, Mamãe Falei e Doria são os verdadeiros exploradores da miséria. Da miséria de humanidade. Estavam juntos na mentira de 2016. Estavam juntos no horror de 2018. Partilham a mesma visão de mundo.

O que mais incomoda o Brasil de Janaína é que eles achavam que a guerra estava ganha em 2018. Eles haviam em 2015 e 2016 obtido muito sucesso no processo de destruição do Brasil de Luiz, que de certa forma parecia com o conceito de país de Júlio. Mas o Brasil de Júlio recusa à rendição. Não importa o que eles façam, Júlio estará sempre lá. Como estará Luiz. O Brasil dos anos 2000 está vivo. Nos jovens que se tornaram os primeiros da família a obterem diploma de curso superior. Nos milhões que saíram da miséria. Nos cursinhos populares, nas associações de bairro, nos movimentos sociais. Naqueles que sabem que é possível. Que mesmo olhando para esta merda toda sabem que é possível.

O Brasil de Janaína é incapaz de construir. Só sabe demolir. Ver alguém como Júlio incomoda porque ele é a mostra que outro jeito de viver é possível. Assim como Luiz. A lembrança que não se apaga. Enquanto critica o padre que alimenta famintos, Janaína se agarra a seu Jesus de madeira. Se o Jesus de Janaína é o Jesus imóvel, o Jesus de Júlio é o Jesus do dia a dia. O Jesus que acolhe e reparte o pão. O Brasil de Júlio escancara a mediocridade do Brasil de Janaína. E isto ela não tolera. O Brasil de Janaína tolera um genocídio. Tolera o racismo, a homofobia, o machismo. Tolera a tortura. Tolera a violência contra os mais fracos. Tolera o intolerável. Só não tolera “pedalada fiscal”. E o pão repartido. Janaína conduziu o país ao abismo. Não percebe isto porque não considera isto que vivemos agora o abismo. Este é seu paraíso tosco. Júlio é seu obstáculo. Viva Júlio.

 

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