Hoje, dia seguinte a final da
Copa do Mundo no Brasil, me deparo com matérias no Olé sobre a, segundo eles,
surpreendente torcida brasileira para a Alemanha na final. Podem verificar diretamente: JORNAL OLÉ.
Segundo nossos hermanos estamos
passando pela síndrome de Estocolmo. E estamos mesmo! Como na síndrome, nos
apaixonamos por nossos algozes, perdoamos nossos carrascos e nos pintamos de
vermelho, preto e amarelo.
A rivalidade entre Brasil e
Argentina (rivalidade futebolística, em todo o texto, por favor) nunca foi
totalmente explicada, desvendada e compreendida. Alguns dizem que existe mais “raiva”
do lado brasileiro, o que concordo. Outros dizem que existe mais inveja do lado
argentino, o que também concordo. Se estamos passando pela síndrome de
Estocolmo, nossos vizinhos sofrem desde sempre com a síndrome de Burnout, pois têm
essa necessidade de autoafirmação, estão a todo tempo dizendo que Maradona é melhor
que Pelé ou que nos ganharam o único confronto em Copas que tivemos. É claro
que o futebol brasileiro é maior que o futebol argentino, mas não muito. As
diferenças são bem menores que os 3 mundiais que nos separam, mas somos
melhores.
Os brasileiros, que por sinal são menos desportivos que os argentinos, apenas
abrem a mão, com todos os seus 5 dedos, para responder esse grito portenho de
que “Maradona es más grande que Pelé!”. O que não nego é que há admiração de
ambos os lados; existe a admiração brasileira pela raça, organização e até a
torcida argentina, mas existe a admiração argentina pelo futebol bonito, ousado
e alegre dos brasileiros. Talvez tenha sido o maior trunfo de Diego: juntar
Argentina e Brasil em um único jogador, ser eficiente para o resultado e para o
espetáculo ao mesmo tempo. Podemos comprovar essa eficiência charmosa em um
certo gol contra a Inglaterra em 1986.
Exposta a minha opinião sobre a
rivalidade, apontarei os motivos para que TODO brasileiro fã de futebol que se
preste, tenha torcido pela Alemanha. Claro que era a Argentina, e a torcida
pela Alemanha não poderia ser diferente, simplesmente porque era a Argentina. Mas
eu enxergo dessa vez mais uma torcida pró Alemanha do que anti Argentina,
principalmente se deixarmos de lado os torcedores “copistas”, que não assistem
um jogo e na época da Copa se acham os maiores entendedores.
- A Alemanha/ Adidas conquistou a
maior torcida do Brasil, a do Flamengo, fazendo uma segunda camisa rubro negra.
- A delegação alemã foi
extremamente simpática durante todos os dias, desde o início. A Argentina, pelo
contrário, foi uma das delegações mais fechadas de todo o torneio; jogadores
inacessíveis que se limitavam a dar entrevistas obrigatórias da FIFA.
- O time da Alemanha vestiu cocares
e dançou com índios. Não existe nada mais simpático que dançar com índios.
- Os alemães doaram 10 mil euros
para os índios comprarem uma ambulância. Meu Deus!
- Durante os próximos 3 anos a
Alemanha financiará a escola da Vila de Santo André, em Santa Cruz de Cabrália.
- Eles construíram um campo de
futebol para os moradores de Cabrália.
- O vídeo de Schweinsteiger e
Neuer cantando o hino do Bahia foi algo magnífico.
- A amizade impensável entre
Schweinsteiger, Neuer e o professor de axé Mauro Tibúrcio foi emocionante e uma
prova da união dos povos.
- Schweinsteiger e Podolski
assistiram Brasil e Chile junto com os funcionários do hotel e enrolados em uma
bandeira brasileira.
- Antes mesmo dos 7x1 ou da
final, Lukas Podolski era fenômeno nas redes sociais. É impossível não torcer
por um alemão que publica em português e se utilizando de hashtags como
#rioéfrenético, #respeiteaSeleção, #jogabonito, #BrasiléTradição, #BrasilTeAmo,
#TudoNosso, #TamoJunto, #ÉTois...
- Tivemos o fenômeno “Podolski
Brasileiro” no Twitter, depois que ele declarou que gosta de novela. Milhares
de twittes que começavam com: “Podolski tá tão brasileiro que...”.
- Tivemos meme do Podolski com
faixa de presidente.
- Aprendemos a escrever o nome dos alemães sem consultar o Google.
- A Alemanha fez 7 gols no Brasil
e quase pediu desculpas na saída de campo. Muitos deles estavam mais envergonhados
que o Felipão, por exemplo.
- A Alemanha fez 5 gols em 30
minutos. Nos 60 minutos restantes eles não deram um toque mais enfeitado na
bola, pelo contrário, fizeram mais 2 gols.
- A Alemanha nos ensinou a
ganhar. Espero que nunca mais o Brasil faça “firulas” somente enquanto ganha,
mas que jogue sempre do mesmo jeito.
- Podolski publicou texto
exaltando o Brasil e pedindo respeito, enquanto a capa do Olé...
- Enquanto tudo isso se passou, a
Argentina estava fechada, intocável.
Por fim, os alemães jogariam
contra os argentinos, justamente os que se gabam até hoje de terem ganhado dos
brasileiros uma partida de quartas de final em uma Copa que nem venceram, como
se ainda lembrássemos desse fato, ainda mais depois dos 2 mundiais que
ganharíamos depois de 1990. Se somos obrigados a escutar essa musiquinha até
hoje, mesmo com tudo o que se passou, porque torcer pela Argentina e ouvir para
sempre que ganharam uma Copa no nosso quintal?
Como vocês dizem estamos com síndrome de Estocolmo, ou seja, se fosse a Alemanha x Holanda agiríamos do mesmo jeito.
Como vocês dizem estamos com síndrome de Estocolmo, ou seja, se fosse a Alemanha x Holanda agiríamos do mesmo jeito.
"Brasil decime qué se siente, tener en
casa a tu papá...
Te juro que aunque pasen los años, nunca nos vamos a olvidar...
Que el Diego los gambeteó, que Cani los vacunó... están llorando desde Italia hasta hoy...
A Messi vas a ver, la Copa va a traer...Maradona es más grande que Pelé."
“Brasil, me diga o que sente, ter em sua casa seu papai...
Te juro que mesmo que passem os anos, nunca vamos nos esquecer...
Que Diego os driblou, que Caniggia os espetou...estão chorando desde a Itália até hoje...
A Messi vocês vão ver, a Copa ele vai nos trazer...Maradona é melhor que Pelé."
Te juro que aunque pasen los años, nunca nos vamos a olvidar...
Que el Diego los gambeteó, que Cani los vacunó... están llorando desde Italia hasta hoy...
A Messi vas a ver, la Copa va a traer...Maradona es más grande que Pelé."
“Brasil, me diga o que sente, ter em sua casa seu papai...
Te juro que mesmo que passem os anos, nunca vamos nos esquecer...
Que Diego os driblou, que Caniggia os espetou...estão chorando desde a Itália até hoje...
A Messi vocês vão ver, a Copa ele vai nos trazer...Maradona é melhor que Pelé."
Hermanos, realmente, não tínhamos nenhum motivo para torcer por vocês. E agora, decime qué se siente, son siete Copas sin ganar.
Viva a rivalidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário