segunda-feira, 28 de julho de 2014

Sabe de quem é a culpa?



          Dois povos se odeiam. Eles vivem no mesmo território, dizem que são donos de tudo e vivem guerreando. Sabe de quem é a culpa? De quem os pôs lá. No caso específico do conflito Israel – Palestina, os grandes culpados não são nem israelenses nem palestinos. São os europeus.
                Não sei ao certo quando os judeus chegaram na Europa, estou longe de ser um especialista no assunto. Sei, porém, que desde muito tempo eles foram perseguidos no velho continente. O Holocausto foi o final de uma longa história de ódio e preconceito que culminou com um dos mais terríveis genocídios da história da humanidade. Judeus foram perseguidos na Inquisição, dos séc. XVI ao XIX, tendo suas famílias obrigadas a mudar de nomes e religião. A Europa sempre os tratou como sub-humanos, como seres a serem banidos da vida cotidiana. Foram anos de ódio silencioso, tempo que permitiu que boa parte da população europeia assistisse ao extermínio dos anos 1940 de braços cruzados.
                O sionismo surgiu no final do séc. XIX. Cansados dos séculos de perseguição, um grupo de intelectuais judeus chegou à conclusão de que era necessária a criação de um estado judeu e que apenas este estado poderia acabar com a eterna peregrinação do seu povo. Como eles já entendiam que na Europa nunca teriam paz, julgaram que seu estado deveria ser no que chamam de Terra Santa, de onde foram expulsos milênios antes e que naquela época era um domínio do império Otomano.
                Tudo mudaria com a 1ª Guerra Mundial. Dispostos a receber os recursos que os judeus possuíam (eles sempre prosperaram economicamente), os ingleses prometeram, em caso de vitória, a criação do estado de Israel. Para isso, exigiam que a comunidade judaica, claro, ajudasse-os no conflito contra a Alemanha e o Império Otomano. Assim os judeus, inclusive os alemães, caíram na armadilha e financiaram economicamente os ingleses no conflito. E eis que a Inglaterra não cumpriu sua promessa após a guerra, transformando a Palestina em parte de seu domínio imperial. Era a faísca necessária para transformar um ódio silencioso em fome de extermínio nos países derrotados. Isto ajudou a permitir que alguém com o discurso com o de Hitler chegasse ao poder e fizesse o que fez. Achar que o Holocausto foi fruto apenas de uma pessoa nada mais é do que uma forma de simplificar o que ocorreu e de livrar toda a sociedade de uma culpa coletiva. E não me refiro apenas à população alemã, mas a toda população da Europa ocupada. Refiro-me ao Leste Europeu, à França e ao Vaticano. Hitler não conseguiria fazer o que fez se não contasse com a conivência de uma população em transe, livrando-se daqueles por quem sentiam um ódio primitivo.
                Acabada a guerra, os judeus, quase exterminados, não tinham mais para onde ir dentro da Europa e, na posição de vítima, contaram com o apoio americano para a criação do estado judeu na Palestina. A comunidade judaica era capaz de pressionar economicamente o governo americano, que por sua vez forçou a Inglaterra a cumprir sua promessa de 3 décadas antes e a ceder o território para esta nova nação. Os judeus poderiam, finalmente, deixar a Europa que sempre os perseguiu. Naquela terra dada pela Inglaterra, porém, já tinha muita gente morando. Mas isto não era mais problema inglês. Jogou-se o problema nas mãos da recém-criada ONU, que dividiu a região da seguinte forma: 25% seria o estado judeu (Israel) e 75% seria o estado árabe (Jordânia). Os países árabes não aceitaram esta divisão e passaram desde então a usar o povo palestino como marionete em sua guerra religiosa. Conclamados por Egito, Jordânia e Iraque, os palestinos abandonaram a região, com a promessa de que em troca teriam todo o território após a aniquilação dos judeus da região. Estes, porém, já sabiam o que era uma tentativa de aniquilação. E desta vez sabiam que tinham que se armar até os dentes contra isso. E contavam com o apoio americano. E tinham um estado. Venceram esta e todas as outras guerras contra os países árabes, que até hoje usam a população palestina como escudo. É triste, mas somente duas coisas permitem a existência do estado judaico hoje: armas e EUA. Se a situação fosse inversa, com os países árabes tendo o armamento israelense e vice-versa, o Estado israelense já não existiria mais. E o palestino provavelmente também não. Egito, Síria e Jordânia se lixam para os palestinos.
                A origem de todos os problemas de hoje da região é a Europa. A perseguição de um lado, o imperialismo britânico do outro. Tanto judeus quanto palestinos são vítimas e refugiados. Israel no fundo é isto, um grande campo de refúgio para os dois povos. Uns foram expulsos da Europa, outros, membros de uma ex-colônia que não são aceitos por seus vizinhos (sim, os mesmos países árabes que criticam Israel NÃO aceitam a imigração Palestina). O caminho para a paz, momento clichê do texto, é a convivência. É o entendimento que nenhum dos dois tem outro lugar para ir. E a forma de se chegar a isto é a compreensão de que ambos são vítimas. E têm o mesmo algoz na origem. Cada vez que vejo uma passeata pedindo a paz em qualquer grande cidade europeia, só enxergo hipocrisia. Chegou a hora de a Europa analisar seus erros passados e como ela é a responsável por muitas tragédias mundiais. A escravidão de africanos na América, a divisão da África, a questão Israel-Palestina. Chega de passeatas e de sermões arrogantes vindos de Paris e Londres. Nada que os israelenses fazem contra os palestinos é tão ruim quanto o que os europeus já fizeram a eles, e o mesmo serve para os atos dos palestinos contra os judeus.
                As novas vítimas do “ódio silencioso” europeu são os ciganos. São repelidos em quase todos os países que chegam e não há nenhum tipo de comoção quando governos tomam medidas contra eles. Nos últimos tempos, por exemplo, Nicolas Sarkozy anunciou leis que permitem a expulsão de ciganos da França, mesmo no contexto de União Europeia, e David Cameron anunciou medidas para barrar a entrada destes mesmos ciganos no Reino Unido, uma vez que Bulgária e Romênia passaram a integrar a UE.  Quase não houve barulho. Se um dia isto chegar ao extremo que chegou a questão judaica, os britânicos podem ceder uma parte do seu vasto território aos ciganos. Mas não na Europa, claro. As ilhas Malvinas são uma boa sugestão. Se os vizinhos da ilha ficarem bravos e quiserem tomá-la, que os ciganos se armem e contem com o apoio americano. 

Um comentário:

  1. li o vosso texto,tenho muito a perguntar e muito a dizer, de certeza o tempo me vai hoje ser limitado. Pergunto eu qual país é a origem do pôvo judeu qual é a origem do pôvo cigano.Pergunto eu se hoje o pôvo judeu tem pátria que é Israel o porquê o povo cigano tambem não ter uma pátria,tambem são seres humanos,o que tenho a dizer o pôvo judeu não foi um pôvo imigrante como foi o espanhol italiano português etc.etc. pergunto eu o porquê de tanto ódio sobre os judeus até a igreija católica foi contra esse pôvo falam tanto da inquisição espanhola este nome inquisição espanhola não é um mito,para mim o nome mais correcto é a inquisição do vaticano a quase todos reis católicos da europa e não só praticaram actos a esses seres humanos que hoje não se deve praticar a um animal,pois a culpa é da inquisição do vaticano o papa mandava nos reis católicos na europa toda,o meu país Portugal tambem liquidou muitos judeus principalmente os meus antepassados,fico triste por tambem do meu país ter participado nesta crueldade com o pôvo judeu,o que fez acontecer a inquisição foi as ordens do vaticano e os ignorantes dos reis católicos da europa a praticarem,como português o que eu posso dizer ao pôvo judeu é pedir perdão em nome dos meus antepassados,mas quem devia ter essa iniciativa era o presidente da républica portuguêsa mais o primeiro ministro pedir perdão em nome dos portugueses antepassados que cometeram esses crimes,jesus Cristo nasceu á mais de dois mil anos no tempo dele já havia guerras e ainda hoje as guerras continuam,aonde está a inteligencia desta humanidade de hoje.A terra não é de ninguem andamos em cima dela e feliz daquele que vai para debaicho dela,de certeza que o mundo sem a humanidade os animais eram mais felizes.O ser humano mata por prazeros animais matam para se alimentarem,existe no mundo mais de 1600 religiões todas elas falam em fazer bem todas elas foram inventadas pelo homem para poder dominar o homem,pois para mim a verdadeira religião mais pura que existe no mundo é o Bem que vai combatendo a religião do mal é nesta religião que eu mais acredito,embora seija filho de pais católicos.O mundo não é nosso,nós é que pertencemos ao mundo,o ser humano é a pior besta que anda neste mundo.Talvez um dia o ser humano vá pagar o mal que tem feito neste mundo,claro vai morrer muitos inocentes,mas talves a humanidade desaparece da terra para sempre,e os animais que escaparem viverem mais feliz sem a presença da merda do ser humano me desculpem o meu latin.

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