O Brasil sempre
foi uma merda. Uma máquina de moer gente. Um país fundado com a ideia de
utilizar mão-de-obra escrava para produzir açúcar. Sim, para produzir açúcar.
Europeu queria consumir açúcar, veio para cá e começou a escravizar nativos
para isto. Descobriu que podia transformar escravo em mercadoria e começou a
escravizar pessoas na África e trazer para cá. Tudo para produzir açúcar.
Açúcar... Daí surgimos e até hoje isto somos, europeus escravizando nativos e
africanos para produzir açúcar para a Europa. Troque açúcar por café. Depois
por soja. “O agro é a riqueza do país”, diz o slogan enquanto a fome e a
miséria aumentam. “O agro carrega o país nas costas”, diz o analista econômico
no país em que mercados começaram a trancar carne com cadeado. Melhorou um
pouco por um breve período, mas no fundo sempre foi isto aí.
Os bolsonaristas
sempre foram escrotos. Sempre foram esta gente de merda que hoje escreve e fala
este monte de asneiras por aí. A diferença é que hoje estão empoderados. E o
que os empoderou foi a vitória de Bolsonaro. Antes daquilo, eles tinham alguma
vergonha de expor explicitamente suas visões de mundo. E esta vergonha era algo
que, se comparamos com o que temos hoje, era bom. A pessoa ter vergonha de
falar merda ao menos mostrava que ela tinha alguma noção de que aquilo era uma
merda. Ver alguém como Bolsonaro chegar ao poder de certa forma os libertou.
Eles viram alguém como ele chegar ao topo, ser eleito com 55% dos votos.
Sentiram-se aceitos. Bolsonaro foi eleito deixando claro ser um completo
imbecil. Trata-se de uma pessoa sem nenhuma qualidade, completamente incapaz de
sentir qualquer tipo de empatia. Obteve fama falando merda em programas de
subcelebridades, exaltando a ditadura militar e a tortura, não teve sequer um
projeto significativo aprovado em 28 anos de mandato como deputado. Não importa.
Bolsonaro não foi eleito pelas suas qualidades, mas pelos seus defeitos. Ou ao
menos pelo que gente minimamente decente considera defeito. Prometeu em
campanha prender, expulsar ou matar opositores, ofendeu minorias, defendeu
extermínios, estimulou todo tipo de violência possível. Quando mais merda fazia
e prometia, mais se tornava um mito. Durante a maior tragédia coletiva da nossa
história, debochou do sofrimento de milhares que perderam a vida e dos milhões
que sofreram com estas mortes. Enquanto a miséria avança, roda o país passeando
de moto em motociatas bizarras. Quanto mais ele é idiota, mais os bolsonaristas
se sentem livres para fazer o mesmo. É bom ser livre. Não é à toa que para estes
imbecis Bolsonaro representa a “liberdade”. “Liberdade” para esta gente é ofender,
ameaçar e oprimir. Quanto mais ofendem, ameaçam e oprimem, mais se sentem “livres”.
A “liberdade” para eles é algo individual, o coletivo não existe.
Na ausência de
coletividade, eles encontraram o seu coletivo. A sua noção de pertencimento.
Vestem a camisa da seleção. São o Brasil e o Brasil é deles. Qualquer um que se
oponha é inimigo da pátria. Pessoas que puderam deixar de fingir que eram
civilizadas e que ganharam o apelido de “patriotas” por isto. Reginas Duartes
celebrando a ditadura. “A gente cantava as musiquinhas", disse ela nesta
exaltação ao período em que, ao mesmo tempo em que ela cantava as musiquinhas,
milhares eram torturados em porões clandestinos. Saudade. E mais do que isto,
encontraram um mercado muito fértil e pronto para ser explorado. Esta turma estava
desde sempre louca para consumir muita merda e todo um grupo de pessoas ganhou
espaço na mídia. Pessoas irrelevantes. Antônia Fontedemerda nunca fez nada de
relevante. Nada. Tem 2 milhões de seguidores só falando merda. O tal do Adrilles.
Por que estes caras têm tanto espaço? Porque há todo um público disposto a
comprá-los. Que sente prazer vendo a opressão ao vivo. Quase goza vendo o
opressor chiliquento.
"Bolsonaro fala umas verdades". Bolsonaro fala o que pensa. A primeira frase merece aspas, a segunda não. Porque Bolsonaro realmente fala o que pensa, mas isto não é suficiente para que seja verdade. Pensar merda e falar merda não te torna alguém verdadeiro. Te torna apenas um merda. Este simples conceito talvez impediria que vivêssemos o que vivemos. Mas falar merda é lucrativo.
Não importa o
que gente como Fontedemerda, Adrilles, Constantino, Narloch, a jogadora de
vôlei ou o escambau façam. Leo Dias pode até perder o emprego agora. Adrilles
também perdeu quando fez o gesto nazista. Depois de um tempo voltou para Jovem
Pan. Constantino também o perdeu quando disse que culparia sua filha se ela
fosse estuprada. Depois voltou para a Jovem Pan. Alexandre Garcia saiu da CNN
quando defendia a cloroquina contra a Covid. Lá está a Jovem Pan para unir esta
turma. Sempre defendendo a barbárie. Sempre falando de “liberdade”. Falam de “liberdade”
porque eles sim se sentem mais livres. Livres como nunca. Ou no caso do Brasil,
como quase sempre. O mito os “libertou”. E eles farão o demônio para não voltar
para a caixinha.
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