O Tribunal Superior Eleitoral
criou neste ano de eleições a campanha #vempraurna que, entre outros públicos, é endereçada às mulheres
no nosso país.
Como de costume, primeiro me
explico e depois desço a lenha. São louváveis os esforços para aumentar a participação
feminina na política com o objetivo de corrigir erros históricos e machistas.
As mulheres entraram na política somente em 1932 e além das ditaduras – como todos
os brasileiros – tiveram que enfrentar aquele certo ar machista que não as
deixava conquistar cargos importantes, quanto mais a maioria no Congresso
Nacional.
Não vou ficar descrevendo a
propaganda. Assista abaixo, reflita, tire conclusões e veja as minhas.
PROPAGANDA - TSEEssa propaganda é absurdamente antidemocrática. O Congresso Nacional ajudou a corrigir erros históricos quando obrigou que os partidos políticos preenchessem suas chapas com no mínimo de 30% e no máximo de 70% de candidatos de cada sexo (Lei 9504/97). Essa lei, apesar de não citar especificamente a mulher, foi criada para que os partidos fossem obrigados a ter ao menos 30% delas em seus quadros.
Segundo a propaganda, as mulheres
são maioria da população e têm maior escolaridade. Se a participação feminina
no Congresso é de apenas 9% onde está o problema, segundo o TSE? Claro,
mulheres não estão votando nas mulheres!!! #vempraurna... “Até quando vamos
deixar que eles falem por nós?”.
Apenas 9% de mulheres no
Congresso não reflete machismo, reflete a democracia. Como pode existir
machismo em um país que reserva cotas para as mulheres, tem o número de
candidatas suficientes para preencher todos os cargos políticos, um país em que
as mulheres são maioria e têm mais escolaridade? Estamos vivendo, então, o
domínio da minoria burra?
Hoje não existe espaço para
machismo na política. O voto é obrigatório, secreto e todas as mulheres votam.
Nenhuma mulher brasileira tem necessidade ou obrigatoriedade de votar em homem.
Naquele pequeno espaço, de frente com a urna, todos são iguais e fazem a sua
escolha sem que ninguém possa ou precise saber.
Por que guerra dos sexos se somos
todos brasileiros com as mesmas necessidades? O Brasil é um país relativamente
novo, em constante evolução e a política é como economia de mercado: com o
tempo as coisas se ajeitam sozinhas. Claro que a participação feminina
crescerá, mas pela democracia e não pela guerra dos sexos ou qualquer interesse
político subjetivo. Eu acredito, em boa parte, no TSE e justamente por isso não
quero nem pensar que essa campanha tem finalidade indireta de apoiar uma candidata
à presidência. Afinal, se as mulheres quiserem, Dilminha é reeleita no primeiro
turno.
Corrigir erros históricos é
diferente de levantar uma bandeira para que “brotem” mais mulheres no Congresso.
A correção necessária já foi feita, agora deixem que homens e mulheres façam
suas escolhas e assistam em paz a maravilha que é o processo democrático.
Meu amigo, a campanha é pra incentivar as mulheres a participarem da politica, vc querendo ou nao existe muito preconceito e machismo em todos os setores, inclusive na politica, resolver 500 anos de machismo nao é facil
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